No Brasil, a pioneira a fazer uso da interação benéfica entre pacientes e animais, foi a Dra Nise da Silveira - médica psiquiatra. Este fato ocorreu em meados de 1950, no centro Psiquiátrico Engenho de Dentro no RJ. Nise sempre foi apaixonada por animais e permitia que os internos cuidassem de animais - cães e gatos, que eram acolhidos na instituição, e passou a observar que pacientes esquizofrênicos, de difícil comunicação, criavam fortes vínculos com estes animais. E então, a comunicação entre profissional-paciente passou a ser feita por intermédio do animal, a quem Nise nomeu co-terapeuta.
"Excelentes catalisados são os co-terapeutas não humanos. Nunca provoca frustrações, dá incondicional afeto sem nada pedir em troca, traz calor ao frio ambiente hospitalar. Os gatos têm um modo diferente. Discretos, esquivos, talvez sejam muito afins com os esquizofrênicos na sua maneira peculiar de querer bem".
Percebendo que a responsabilidade de cuidar de animais e o desenvolvimento de um laço afetivo podem contribuir para a reabilitação de doentes mentais fez com que Nise - precursora nos atendimentos visando a humanização da saúde dos pacientes, incorporasse a técnica hoje por nós conhecida com "Terapia Assistida por Animais", em seus atendimentos clínicos. Todo material e pesquisa estão reunidos no livro "Gatos, a emoção de lidar" publicado em 1998.
Cada vez que cito Nise, mais me encanto pelo maravilhoso trabalho feito por ela, em uma época tão repressora, ela viveu por desempenhar seu papel na saúde mental dos pacientes, só de olhar para a foto acima, dá pra sentir a magia de seu sorriso e olhar meigo, sempre em companhia de seus fiéis amigos e coterapeutas felinos.
Abços 
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